segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MAGNETISMO E PASSE:

CONSIDERAÇÕES E CONCEITOS:

Historicamente, a terapia magnética pode ser considerada como uma das mais antigas formas de curar que a Humanidade conheceu.

Em “Desobsessão e Apometria”, Vitor Ronaldo Costa orienta que “os fenômenos magnéticos servem de alicerce às manifestações espíritas; e a interligação é tão acentuada que se torna impossível falar de um sem mencionar o outro. Desde tempos imemoriais, o magnetismo humano tem sido o instrumento de excelência, implícito nos procedimentos não ortodoxos, voltado para os campos da cura. A imposição de mãos, com a finalidade de se obter o alívio das dores humanas, tanto era praticado no velho Egito quanto na Palestina contemporânea de Jesus.”

A partir do Século XVIII, com o advento da Doutrina Espírita e estudos do médico alemão Franz Mesmer, o magnetismo passou a fundamentar todo o acervo de fenômenos mediúnicos, analisados por Allan Kardec.

Dentro desse contexto, falar em fluídos, mediunidade, passe, água fluidificada, preces e irradiações – e, inclusive, em Apometria – é falar em Doutrina Espírita conciliada a técnicas fundamentadas no magnetismo.

Para compreender magnetismo, basta entender que, quando duas mentes entram em sintonia - uma de forma ATIVA e outra de forma RECEPTIVA – cria-se uma corrente mental fluídica, cujo efeito permite que o ATIVO exerça influência sobre o RECEPTIVO. Daí, o conceito: Magnetismo é o processo através do qual um indivíduo – na condição de emissor – transmite energias capazes de atuar sobre todos os Corpos Sutis de outro indivíduo; agora na condição de receptor.

Trata-se, portanto, de uma transfusão energética, em âmbito psico-físico; e que resulta na troca de elementos vivos e atuantes; representando recurso fundamental no equilíbrio e harmonização do Perispírito.

É muito importante lembrar aqui, que o caráter benéfico ou nocivo dessa transfusão energética vai depender da qualidade da vibração, gerada pela força mental empregada pelo emissor.

No âmbito da Doutrina Espírita, evidencia-se a tendência de conciliar a prática magnética com o sentimento de religiosidade; embasado nos ensinamentos do Evangelho: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Daí de graça o que de graça recebestes.”

Há quem pense, entretanto, que com essas palavras, Jesus estava concedendo a seus discípulos, poderes especiais para operar curas, aparentemente, miraculosas. Puro engano. Ele estava apenas alertando para uma potencialidade adormecida em nós. E que só cabe, unicamente, a nós despertá-la.

É importante ressaltar que significativa parte da população sequer imagina ser portadora da faculdade magnética e, por conseqüência, desconhece as propriedades curativas do magnetismo humano; ao alcance daqueles que desejam praticá-lo. Sendo assim, o que Jesus apontou foi essa possibilidade do indivíduo, uma vez imbuído do sentimento de fraternidade e amor incondicional, exercitar a terapêutica magnética, utilizando-se da imposição das mãos.

Por outro lado, o daí de graça o que de graça recebestes, vem reafirmar a máxima cristã da Caridade, ou seja, a gratuidade dos benefícios concedidos, em seu nome, através da mediunidade curadora.  E quando ao magnetismo curador, Jesus apenas se referiu a algo que já se encontra ao alcance de todos aqueles que manifestam boa vontade e amor ao próximo. Como já vimos, são potencialidades que já possuímos; e que aguardam, apenas, o momento do despertar; através do estudo e da prática; em um compromisso único de doação e amor ao próximo.

O estudo teórico, aliado à prática, potencializa o passista no que tange ao conhecimento do magnetismo e seus efeitos; permitindo um melhor direcionamento dessa energia; e contribuindo para o aperfeiçoamento da terapia magnética.

PASSE MAGNÉTICO:

Entende-se por passe magnético uma modalidade de auxílio e socorro aos que sofrem de moléstias do Corpo e do Espírito; através da doação voluntária de fluídos salutares e curativos; objetivando a cura, a harmonização e o reequilíbrio do indivíduo.

O passe atua, diretamente, no Perispírito do receptor; agindo de três formas distintas:

Revitalizador Energético: Repõe as energias perdidas
Limpeza: Dispersa os fluídos negativos contraídos e acumulados
Equilíbrio: Auxilia na cura de enfermidades, a partir do reequilíbrio do Perispírito.

FUNDAMENTOS E OBJETIVOS:

Não é de hoje que o magnetismo – e isso inclui a prática do Passe – vem sendo utilizado com a finalidade terapêutica de vencer doenças de toda ordem. No entanto, para que a técnica apresente efeitos significativos, é preciso atender a alguns princípios fundamentais:

Pensamento e Vontade: “Existindo no homem a vontade em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas, sempre serviu para curar quanto para aliviar.” (Allan Kardec. Revista Espírita, Janeiro de 1864.)

Pensamento e Vontade caminham juntos na técnica do Passe Magnético. A transmissão fluídica, portanto, não obedece apenas ao gesto mecânico de impor as mãos sobre o receptor. É preciso algo muito mais profundo, em essência. A operação é de natureza mental, com repercussão nos campos astral, etérico e físico. Isso leva a concluir que o intimo querer do magnetizador é fator primordial no sucesso ou infortúnio da técnica.

Por outro lado, a ação do magnetismo no organismo humano é tão dinâmica quanto profunda; e pode ser comparada à ação de um agente químico capaz de alterar a intimidade da célula. Sob ação magnética, as moléculas orgânicas “não-saudáveis” passam a ser substituídas por moléculas vibratoriamente saudáveis; a tal ponto de, gradativamente, restabelecer a saúde.

Prece e Ação dos Espíritos: “A prece, que é um pensamento, quando fervorosa, ardente, feita com fé, produz o efeito da magnetização, não só chamando o concurso dos bons Espíritos, mas dirigindo ao doente uma corrente fluídica saudável.” (Allan Kardec. Revista Espírita, Setembro de 1865.)

De acordo com Geraldo Serrano, a prece faz com que consigamos tudo: curemos a nós mesmos; resistamos às maiores tentações; ultrapassemos os maiores perigos;  e que encontremos Deus em qualquer lugar.

Em “Mecanismos da Mediunidade”, André Luiz orienta que “(...) em toda situação e em qualquer tempo, cabe ao médium passista, buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da Vida; porquanto, através da oração, contará com a presença sutil dos instrutores que atendem aos misteres da Providência Divina; a lhe utilizarem os recursos para a extensão incessante do Eterno Bem.”

Da mesma forma, cabe ao receptor manter o pensamento elevado, buscando entrar em sintonia com o Plano Maior, colaborando na transfusão energética. Há de se notar, no entanto, que nem sempre as vibrações conseguem penetrar no organismo; por conta de alguns aspectos que André Luiz esclarece: “Alinhando apontamentos, começamos a reparar que alguns enfermos não alcançavam a mais leve melhoria. As irradiações magnéticas não lhes penetravam o veículo orgânico. Registrando o fenômeno, a pergunta de Hilário não se fez esperar.
- Por que ?
–Falta-lhes o estado de confiança – esclareceu o orientador.
– Será, então, indispensável a fé para que registrem o socorro de que necessitam?
– Ah! sim. Em fotografia precisamos de chapa impressionável para deter a imagem, tanto quanto em eletricidade carecemos do fio sensível para a transmissão da luz. No terreno das vantagens espirituais, é imprescindível que o candidato apresente uma certa “tensão favorável”. Essa tensão decorre da fé. Certo, não nos reportamos ao fanatismo religioso ou à cegueira da ignorância, mas sim à atitude de segurança íntima, com reverência e submissão, diante das Leis Divinas, em cuja sabedoria e amor procuramos arrimo. Sem recolhimento e respeito na receptividade, não conseguimos fixar os recursos imponderáveis que funcionam em nosso favor, porque o escárnio e a dureza de coração podem ser comparados a espessas camadas de gelo sobre o templo da alma. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17.)

PASSE MAGNÉTICO LONGITUDINAL:

Existem vários tipos de Passe e qualquer um deles funciona, quando praticado dentro dos princípios de doação e amor incondicional; em ambiente impregnado de Paz, Luz e Harmonia.

Dentro do nosso trabalho, utilizamos o PASSE MAGNÉTICO LONGITUDINAL, ou seja, aquele aplicado ao longo do corpo, de cima para baixo; A base fundamental dessa aplicação é a formação de uma corrente fluídica que, veiculada pelas mãos do passista, atuam em todo o campo vibratório do receptor.

O passe longitudinal movimenta os fluídos e os distribui; e quando ultrapassam as extremidades, os descarregam. É basicamente no movimento que esse tipo de passe se diferencia do tradicional, comumente aplicados com as mãos fixas em apenas um ponto.
 

 

O PASSE LONGITUDINAL EM CINCO PASSOS:

Abertura dos Chacras, em movimento longitudinal.
Limpeza dos Chacras.
Energização dos Chacras, conforme giro de cada um.
Harmonização dos Chacras
Fechamento dos Chacras, sobre o Coronário

PRINCIPAIS CHACRAS:



CORONÁRIO: Parte superior central da cabeça.
FRONTAL: Terceiro Olho, localizado entre as sobrancelhas.
LARINGEO: Pescoço, altura da garganta.
CARDÍACO: Coração
ESPLÊNICO: Região abdominal, Baço
UMBILICAL: Abaixo do Umbigo.
BÁSICO: Base da coluna, órgãos genitais.

RESPONSABILIDADE E CONDUTA DO PASSISTA:

O passista deve tomar certas providências em relação à sua própria conduta, pois a mente influi, poderosamente, sobre todos os seus centros de forças, os quais canalizam as energias que os seus pensamentos, somados aos seus sentimentos, direcionam. É bom não esquecer que o passista é doador de fluidos aos que sofrem. A troca de fluidos entre as pessoas é lei de equilíbrio.

Todavia, é indispensável saber o que estamos recebendo e ofertando, e quais os valores que oferecemos e que nos são oferecidos. Não basta ter vontade - que é o primeiro passo para esse trabalho no bem -, é preciso compreender o que deve e como deve ser feito, para melhor fazer, mantendo a consciência harmoniosa e pacificada.

André Luiz ensina que, "assim como na medicina Terrena é necessária uma assepcia para realizar um trabalho, o médium passista também necessitará de vigilância no seu campo de ação, porquanto a sua higiene espiritual resultará o reflexo naqueles que se proponha socorrer." (Mecanismos da Mediunidade, Cap.XXII)

O passista é um sensitivo de energias circulantes afins, pelo que, no momento do passe, não pode alimentar sentimentos vis. É preciso entregar seu coração e sua inteligência à influência do amor, à sintonia com os bons Espíritos, conscientes de que, se doarmos Luz, ficaremos inundados de claridade; mas se oferecermos sombras, sofreremos suas conseqüências decorrentes.

HIGIENE PESSOAL: Duas razões básicas impõem cuidados quanto à higiene corporal do passista:

a) os desequilíbrios a que submetemos o corpo físico são refletidos no perispírito, contribuindo para uma má qualidade dos fluidos a serem transferidos;
b) os odores próprios da falta de higiene desarticulam a capacidade de concentração mental necessária ao receptor do passe.

VESTUÁRIO: Boa parcela dos encarnados ainda enfrenta problemas relacionados à área da sexualidade, pelo que o uso de determinadas roupas funciona como catalizador de pensamentos abusivos que distoam completamente da serenidade requerida para a câmara de passe, o que conduz à recomendação para observarmos a cautela quanto ao vestuário a ser utilizado no dia-a-dia.

ALIMENTAÇÃO: Pela questão 723 de "O Livro dos Espíritos", deduz-se que "permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde". Neste capítulo, cada um deve observar-se detidamente, sabendo já que todo excesso é tão mais prejudicial ainda que a relativa escassez alimentar.

TABAGISMO:  Os resíduos do fumo no organismo desarmonizam o campo vibratório e lesionam o perispírito do passista e, por conseqüência, repercutem no corpo material. A responsabilidade do passista tem de levá-lo a reduzir ao máximo seu vício, se ainda não conseguir total abstinência, fazendo com que não fume ao menos três (3) a quatro (4) horas antes do trabalho no passe.

DROGAS: O usuário de qualquer tipo de tóxico não deve participar das tarefas de doação fluídica.

ATMOSFERA FLUÍDICA: A qualidade da atmosfera fluídica que envolve o passista é sempre elemento dos mais determinantes quanto aos resultados que se obtém através do passe. O passista deve, por isso, buscar permanentemente a melhoria de sua psicosfera, através de todos os meios ao seu alcance.
O estudo, o trabalho, o exercício da caridade, a vigilância e a prece são algumas das ferramentas ao seu dispor para alcançar esse objetivo.

SEXO: A vida Sexual a nível mental influencia o desempenho do passista, pois o pensamento atrai energias positivas ou negativas, conforme o que se pensa. A grosso modo, seria muito bom, principalmente, no dia da tarefa, manter a "casa mental" adequadamente limpa e harmonizada.

Nenhum artificialismo, porém, há de impor-se como regra de uso. Há circunstâncias especiais para atender, porém, desde que o sexo seja fundamentado no amor, no respeito e na responsabilidade pelos sentimentos e pela individualidade do parceiro, não pode haver qualquer incompatibilidade entre a sua prática e o exercício do passe.

AGITAÇÃO: Quando a pessoa abarca mais compromissos do que pode dar conta, deve se conscientizar de fazer o que lhe é mais importante, para fazer bem. A tarefa do passe exige presença assídua e dedicação. Normalmente é preferível não contar com um passista do que raramente contar com ele.

TRABALHO E REPOUSO: O trabalho diário do passista deve ser metodizado, sob pena de prejudicar a reserva dos bons fluidos. O repouso para dormir precisa ser no mínimo de seis (6) a sete (7) horas por noite, para que o organismo não se ressinta de fadigas não reparadas, levando em conta também que o excedente desse tempo pode ser considerado supérfluo e prejudicial.

IDADE: Durante o passe, há um acentuado desgaste energético do passista e, embora em um corpo saudável e equilibrado a recuperação seja rápida, é desaconselhável o trabalho do passe para pessoas muito jovens ou muito idosas. Não é possível estabelecer limites muito rígidos, já que cada organismo tem suas peculiaridades, mas como regra geral desaconselha-se a atividade para menores de dezoito (18) e maiores de setenta (70) anos.

MEDIUNIDADE OSTENSIVA: Desde que observados os períodos de descanso para reposições fluídicas, o médium que participa de reuniões mediúnicas pode dar passes. No entanto, como a tarefa do passe não exige qualquer tipo de mediunidade ostensiva, é sempre um gesto de amor dar preferência a tarefeiros que não apresentem os requisitos para a mediunidade.

OBSESSÃO: A condição de passista não isenta da possibilidade de desequilíbrios e muito menos das obsessões. Diante das primeiras evidências de uma situação dessas, é imperiosa a interrupção dos trabalhos de passe, ocasião em que o passista passa à condição de paciente, devendo submeter-se então ao tratamento re-equilibrante e desobsessivo. É grande a responsabilidade do passista, porque, se não evitar o exercício do passe, insistindo em executá-lo, poderá transferir para o paciente, aspectos do seu desequilíbrio.

QUANTIDADE E FREQUÊNCIA: Ao contrário do que muitos possam pensar, dar passe não gasta energia nem deixa o passista fraco. Admitir que passista precisa de passe, logo após aplicá-lo em outras pessoas, é admitir a formação de um círculo vicioso, onde sempre alguém acabará prejudicado em seu potencial energético. Quem irá energizar o último, logo depois dele atender o penúltimo? À bem da verdade, essa crença decorre do desconhecimento da técnica do passe; bem como de tudo o que acontece, no Mundo Invisível, no momento da prática.  Ao doar seus recursos, o organismo do passista se recupera por si só; contando também com o auxílio dos Técnicos Espirituais que, ali presentes, limpam e revitalizam os médiuns.  Em caso de indisposição física, aconselha-se ao passista que não se habilite para a atividade, naquele dia; pois não estará praticando um ato de caridade ao exceder à sua capacidade física. Isso pode até representar o oposto, à medida que o trabalhador esgotado deixará de proporcionar as energias restauradoras de que tanto necessitam aqueles que aportam em uma Casa Espírita.

OUTRAS ATIVIDADES:

Cabe ao médium passista colocar-se à disposição não apenas para a aplicação do passe; mas também colaborar com outras atividades, no momento da organização e preparação dos trabalhos. Citamos algumas: arrumar ou recolher as cadeiras; disponibilizar os copinhos e providenciar a água; organizar a fila para o passe, chamando as pessoas, conforme o número de passistas disponíveis; oferecer água fluidificada ao final de cada sessão. Todas essas atividades representam, sem sombra de dúvidas, um ato de doação; desde que realizados com AMOR. Sem ele, nada acontece ! 

Pesquisa e Elaboração: Kika 

APOMETRIA, PASSES E PRÁTICAS DE HARMONIZAÇÃO DA AURA:

Por Dalton Roque

Os que preferem o método clássico de doutrinação religiosa entronizado ao longo do século XX, nos centros espíritas e espiritualistas brasileiros, criticam a Apometria porque esta não “evangeliza” o espírito obsessor. Todavia, em complexas obsessões espirituais a tentativa de “evangelizar”, “sensibilizar” ou “conscientizar” o espírito obsessor não surte efeito. 

Evangelizar magos negros é tão eficaz quanto ensinar lições de fraternidade a um psicopata.

Seria “mais fraterno” deixar os pacientes com os chips trevosos e os magos negros e seus asseclas soltos, fazendo o que fazem?

Analogamente, seria mais fraterno nossos policiais não portarem armas de fogo, pois podem ferir os bandidos que nos assaltam e nos matam? A correlação é a mesma.
 
Talvez fosse mais fraterno abandonar a ortodoxia da pureza doutrinária, intransigente e radical. Talvez fosse mais fraterno não discriminar a Umbanda e suas entidades como “inferiores” ou “primitivas”. Talvez fosse mais fraterno abandonar o sentimento de superioridade teórica baseado nos conhecimentos espíritas e espiritualistas. Talvez fosse mais fraterno democratizar o acesso ao conhecimento espiritual além de distribuir comida.

Talvez fosse mais fraterno menos proselitismo religioso e mais esclarecimento espiritual. Melhor ensinar a pescar a dar peixe a vida inteira.
 
A Apometria é mais fraterna por ser mais eficaz. Atua no cerne da obsessão, com visão de conjunto. Sim, toda cura é uma autocura e depende da reforma íntima do paciente – mas isso é válido em qualquer situação. Não podemos ignorar técnicas avançadas em prol da “pureza doutrinária”. Associemos as boas técnicas à elevada ética e cosmoética, considerando as peculiaridades de cada contexto.
 
Acostumados ao método da doutrinação evangélica, teme-se a mudança. Porém, servir significa pensar em como melhor amparar a humanidade, ainda que tenhamos de sacrificar nossos condicionamentos e preconceitos.

O misterioso não está na Apometria, mas na falta de entendimento desse processo. O ser humano teme e repele o que não entende. A principal característica da Apometria radica na abrangência de sua assistência espiritual. A Apometria investiga o corpo astral do paciente, seu habitat (ambiente doméstico e/ou profissional), obsessores locais e não-locais (baseados em outros níveis do umbral). É muito mais poderosa que o passe e a doutrinação convencionais. Detecta e retira equipamentos extrafísicos mecânicos e eletrônicos (paratecnologia) do psicossoma (corpo astral) dos pacientes. Só não dá suporte psicológico, o qual nem o passe e nem o auxílio fraterno dão. Muitos casos só são resolvidos por meio de boa terapia e leituras que ensejem maior autoconhecimento e auto-enfrentamento.

Os passes não são meios suficientes nem instrumentos exclusivos para a retirada de chips extrafísicos dos pacientes.

Na retirada dos chips extrafísicos a Apometria é bastante eficaz, secundada por outros métodos, a depender do caso concreto, inclusive do paciente. Exemplo: em determinadas circunstâncias, remédios homeopáticos de alta potência destroem ou descolam equipamentos extrafísicos aderidos à aura ou ao psicossoma do paciente.

As práticas bioenergéticas (exercícios efetuados com os chacras e potencializados com mantras), se efetuados com regularidade e disciplina, podem ser eficazes na retirada desses equipamentos extrafísicos.
Quem já efetua essas práticas, dificulta a inserção de quaisquer equipamentos astrais negativos em suas auras e psicossomas.

Há uma prática bioenergética chamada “MBE” (mobilização básica energética – bastante eficiente na destruição de implantes de paratecnologia negativa. Mas para nenhum caso existe regra, “receita de bolo”. Depende de suas brechas cármicas, de seus pensenes (pensamentos, sentimentos e energias), de suas intenções e da disciplina espiritual. A maioria da humanidade é imatura consciencialmente (crianças espirituais): não lê, não estuda, não faz práticas bioenergéticas, não investe na reforma íntima, ora com a boca e só pede sem agradecer. Se faz um, não faz o outro e vai vivendo. Há os que acreditam em tudo que vem da New Age e há os que duvidam de tudo. “Os extremos se tocam.” (Hermes Trimegisto).

Embora a maioria se regozije da inércia e da ignorância conscienciais, nada pára nem desacelera uma minoria de seres lúcidos e operosos, que, contra a maré das futilidades sociais, do ceticismo dogmático, da fé irracional, da ciência sem consciência e dos interesses econômicos dos impérios teológicos, faz o seu trabalho com dignidade, mantendo elevada a sintonia espiritual, ombro a ombro com seus mentores extrafísicos e espíritos de luz.
É mais cômodo negar do que entender. 

A Apometria veio para ficar.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

ESTUDANDO O AGREGADO HUMANO:

Duplo Etérico, Centros Vitais, Enfermos e Enfermidades

Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem, constituindo-se “tecidos de forças". (André Luiz, em Evolução em Dois Mundos)

"Tecidos de Forças"

Todos os seres vivos se revestem de um “halo energético” que lhes correspondem à natureza.

"Halo Energético"

No homem essa projeção surge enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que modelam, em derredor da personalidade, o conhecido “corpo vital ou duplo etérico”. (André Luiz – Evolução em dois mundos)

Projeção do duplo etérico

O duplo etérico é um corpo fluídico, que se apresenta como uma duplicata energética do indivíduo, interpenetrando o seu corpo físico, ao mesmo tempo em que parece dele emergir.

O duplo etérico emite uma emanação energética que se apresenta em forma de raias ou estrias que partem de toda a sua superfície.

Ao conjunto dessas raias é que, geralmente, se denomina “aura interna”.

Aura Interna

O duplo etérico é a parte do perispírito mais grosseira e próxima do corpo. Reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de energias gastas ou perdidas. Com a desencarnação, essa estrutura se desintegra com a própria organização física. (Jorge Andréa - Psicologia Espírita Vol II)
Espírito encarnado
Espírito desencarnado

Os nossos pensamentos que são produtos do espírito, interagem com o envoltório fluídico que nos cerca, produzido principalmente pelas emanações do duplo etérico. Assim são plasmadas as formas-pensamento, que adquirem uma espécie de “vida” própria.

Essas formas-pensamento – nossas criações mentais – são verdadeiros “pacotes fluídicos” que, a partir do momento em que se exteriorizam para o ambiente, ficam ao sabor das forças de atração e repulsão que regem os deslocamentos dos fluidos.

Sempre que, através dos nossos pensamentos e sentimentos, entramos em ressonância vibratória com um destes “pacotes”, ele é imediatamente atraído e, ao atingir-nos, será parcialmente, ou totalmente, assimilado pelo nosso organismo, produzindo, em nós, efeitos de conformidade com suas características vibratórias específicas: os bons causando bem-estar, os maus induzindo toda sorte de desequilíbrios.

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OS CENTROS VITAIS

Na superfície do “Duplo Etérico” podem ser observadas certas regiões características bem singulares. Elas são geralmente descritas como tendo a aparência de redemoinhos. São os chamados “Centros Vitais”. Seus diâmetros variam de caso a caso, mas de um modo geral medem de um a cinco centímetros. Apresentam, em sua superfície, altos e baixos, como uma onda. Lembram uma flor, sendo que o número de “pétalas” parece ser uma característica de cada centro.




Existem, também, no perispírito, estruturas semelhantes às do “Duplo Etérico”. Entre cada centro do duplo etérico e o seu correspondente no perispírito observa-se a existência de laços fluido-magnéticos permanentes que os interligam e que só se desligam com a morte do corpo físico. São esses laços que, juntos, formam o geralmente denominado cordão fluídico ou cordão prateado. O cordão fluídico é o elo entre o corpo físico e o perispírito.



É importante observar que existem, no corpo físico, plexos nervosos importantes nas regiões correspondentes aos centros vitais, exceção feita ao centro coronário e ao centro frontal.



Para o aplicador de passes é muito importante ter sempre em mente que os centros vitais captam energias, transferindo-as ao corpo físico e também que todos eles encontram-se em constante permuta energética entre si, fazendo com que qualquer desequilíbrio em um deles reflita-se automaticamente em todo o conjunto e, por consequência, em todo o corpo físico.


Centro Frontal

Localizado na região situada entre as sobrancelhas, atua sobre o córtex cerebral, com ação predominante sobre o funcionamento global do sistema nervoso. Exerce forte ação sobre a hipófise, controlando, por esse meio, todo o sistema endócrino. Está ligado às atividades intelectuais e à vidência mediúnica.


Centro laríngeo

Localizado na região anterior do pescoço é ele que exerce controle sobre a respiração e fonação, estando também ligado ao mecanismo da audição. É um centro muito importante, pois a materialização das idéias através da palavra reforça, em muito, a precisão das formas que estão sendo plasmadas por ação do pensamento. Também tem ligações com a audição mediúnica.

Centro cardíaco
Localizado na região do coração, dirige a emotividade e a distribuição das energias vitalizantes no organismo. Em virtude das tensões características do mundo moderno, e da dificuldade que ainda temos em controlar as nossas emoções, é hoje um dos centros que, no adulto, comumente apresenta desequilíbrios.

Centro esplênico

Localizado na região anterior esquerda do organismo, onde se localiza a última costela, ele controla o equilíbrio hemático, sendo o principal elemento de captação das energias do plano espiritual, principalmente do fluido cósmico universal, daí sua grande influência sobre a vitalidade do indivíduo.

Centro gástrico

Também conhecido como solar, está localizado um pouco acima do umbigo. Age fundamentalmente sobre os órgãos da digestão e apresenta, também, certa ligação com o estado emocional do indivíduo.

Centro genésico

Também conhecido como sagrado, está localizado na região do baixo ventre. Suas energias agem sobre os órgãos ligados à reprodução, às atividades sexuais e ainda sobre os estímulos referentes ao trabalho intelectual.

Iremos investigar as causas fundamentais que dão origem às enfermidades do corpo e da mente e que são a fonte principal dos nossos sofrimentos e pesares.

O aplicador de passes responsável que tem como objetivo maior ajudar a restaurar o equilíbrio orgânico do paciente, deve dedicar-se ao estudo das situações que conduzem e influenciam tais desequilíbrios.

Bezerra de Menezes, no livro “Grilhões partidos”, revela-nos que “toda enfermidade, resguardada em qualquer nomenclatura, sempre resulta das conquistas negativas do passado espiritual de cada um.

De conformidade com suas origens, as enfermidades humanas podem ser classificadas em três grandes grupos que são:

1.Patologias fluídico-ambientais;

2.Patologias obsessivas;

3.Patologias cármicas.

Patologias fluídico-ambientais

Vivemos envoltos em emanações das mais variadas espécies e no nosso planeta predominam ainda os fluidos de qualidade inferior.

Em decorrência da absorção de fluidos deletérios ambientais é que, na grande maioria das vezes, desfaz-se a harmonia funcional relativa em que se mantém o nosso organismo, fenômeno que se exterioriza, geralmente, sob a forma de uma enfermidade qualquer. Quando isso ocorre estamos diante de um exemplo típico do a que chamamos “patologia fluídico-ambiental”.

A forma mais adequada de evitarmos problemas de ordem fluídica é procurarmos manter um padrão vibratório elevado, cultivando bons pensamentos. Assim procedendo, estaremos criando defesas contra patologias de origem ambiental.

Evitar ambientes fluidicamente poluídos é uma recomendação que se aplica a todos e principalmente aos aplicadores de passes, principalmente nos dias de trabalho assistencial.

Se deixarmos cair nosso padrão vibratório, captando fluidos indesejáveis, devemos recorrer aos mecanismos de limpeza fluídica ao nosso alcance, ou seja, o passe (autopasse) e a prece.

Patologias obsessivas

No decorrer das nossas reencarnações temos prejudicado vários companheiros de jornada, transformando-os em vítimas ou comparsas devido as nossas más ações e pensamentos. Após a morte do corpo físico, muitos desses companheiros, cheios de sentimentos de rancor, ódio e vingança, procuram o revide e, quando conseguem nos encontrar se transformam em “obsessores cármicos”.

Existem também os casos de “obsessão por afinidade”. Esta é a situação em que um espírito desencarnado, normalmente ainda muito ligado às coisas materiais, identifica em um encarnado inclinações e sentimentos semelhantes aos seus e se elege nosso companheiro.

Observam-se casos em que o espírito obsessor ignora completamente a sua própria condição de desencarnado. Não raro, apresenta ainda todas as sensações que experimentava por ocasião da morte física e, por isso mesmo ao se aproximar de um encarnado, transmiti-lhe os sintomas da enfermidade ou acidente que causou sua morte. É comum que o desequilíbrio se estenda a outras pessoas que convivam com ele.

Além dos prejuízos que a proximidade continuada de um espírito desencarnado pode causar, temos ainda um fator agravante, as emanações fluídicas de ódio, vingança, etc., emitidas pelo obsessor.

Nos processos obsessivos, o passe é um mecanismo de rearmonização de valor inestimável, embora sempre como terapia de natureza complementar.

Patologias cármicas

Nas encarnações passadas e na atual temos utilizado nosso organismo de maneira imprópria, comprometendo o seu delicado equilíbrio funcional, chegando, muitas vezes, a provocar redução do tempo de permanência no plano físico.

É o caso do uso do álcool, do fumo, das drogas, dos excessos alimentares, etc. Em outras ocasiões o problema está vinculado a aspectos puramente comportamentais, como usamos nossas potencialidades e como tiramos proveito da posição ocupada na sociedade.

De um modo simplificado, os mecanismos de ação da “lei de causa e efeito”, podem ser expostos das seguintes formas:

Se o erro cometido tem sua causa ligada aos aspectos funcionais do organismo - suicídio, bebida, drogas, etc. – o efeito corretivo desencadeia-se de imediato, podendo ter continuidade após o desencarne, em razão de que lesionando-se o corpo físico, lesiona-se o corpo espiritual (Perispírito).

Se o erro cometido tem sua causa ligada aos aspectos morais o mecanismo corretivo é diferente, e nem sempre se inicia de imediato. Em tais casos o resgate cármico é desencadeado a partir da percepção do erro cometido, estando relacionado com sua capacidade de compreender as leis universais, isto é, sua evolução moral.

Em termos de assistência fluídica, para casos de enfermidade orgânica de origem cármica, tudo o que se pode fazer é aliviar suas manifestações.
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Glossário

Córtex cerebral: Designação atribuída à região mais superficial do cérebro, conhecida também por massa cinzenta, onde se encontram os corpos celulares dos neurônios, que formam o tecido nervoso central; Deletério - Nocivo à saúde; prejudicial; venenoso; Epífise ( Pineal ) - Glândula de secreção interna.

Esplênico: Relativo ao baço.

Halo: Círculo luminoso que se observa em volta de seres e objetos; auréola; Hipófie ( Pituitária ) - Glândula endócrina situada na base do crânio

Patologia: Estudo das doenças, seus sintomas e natureza das modificações que elas provocam no organismo.

Timo: Glândula de secreção interna, situada na base do pescoço, ficando a sua maior parte atrás da parte superior do esterno, e que se desenvolve entre o nascimento e a puberdade, diminuindo depois muito gradualmente.

Tireóide: Glândula de secreção interna, situada na parte anterior-superior da laringe; cartilagem que, à frente, protege a laringe

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Há no organismo algumas glândulas das quais a função é essencial para a vida. São conhecidas pelo nome de "glândulas endócrinas" ou de secreção interna, porque as substâncias por elas elaboradas passam diretamente para o sangue. Estas glândulas não têm, portanto, um duto excretor, mas são os próprios vasos sangüíneos que, capilarizando-se nelas, recolhem as secreções. As glândulas de secreção interna ou endócrinas distinguem-se, assim, nitidamente, das glândulas de secreção externa, ditas exócrinas; estas últimas são, na verdade, dotadas de um ducto excretor e compreendem as glândulas do aparelho digestivo, como as glândulas salivares.


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Bibliografia

O Passe – Jacob Melo

O Passe Espírita – Luiz Carlos de M. Gurgel

Passe e Passista – Roque Jacintho

Passes e Curas Espirituais – Wenefledo de Toledo

Os Chakras – C. W. Leadbeater
 
Material retirado do site: http://geas-sp.blogspot.com

domingo, 20 de março de 2011

ANOTAÇÕES SOBRE "LEGIÃO" (2):

OBRA: LEGIÃO
AUTOR: ROBSON PINHEIRO
ESPÍRITO: ÂNGELO INÁCIO
EDITORA: CASA DOS ESPÍRITOS
 
DA PROPOSTA DE TRABALHO: 

"Não tenho comportamento ortodoxo nem me encaixo nos caixotes mentais que engessam o pensamento." (Ângelo Inácio)

A PROPOSTA DE TRABALHO surge na organização de uma excursão aos Planos mais densos; seguida do desenvolvimento de uma tarefa de psicografia; onde seriam transmitidas as informações e experiências adquiridas nessa incursão ao Reino das Sombras.

CARACTERÍSTICAS DOS AUTORES ESPIRITUAIS:

Dentro do trabalho proposto - cada um trata do assunto sob um aspecto, sempre de acordo com sua habilidade ou especialização:

ZARTHU: Discorre sobre os componentes psicológicos que envolvem o intrincado processo utilizado por magos e cientistas; falando sobre os modelos mentais desses Espíritos; traçando um mapa psíquico de seu comportamento, nos processos de Obsessão Complexa.

JOSEPH GLEBER: Trata dos fundamentos científicos dos processos de Obsessão Complexa: Síndromes dos Aparelhos Parasitas; e define o comportamento das partículas mentais e das correntes parasitas de pensamento desorganizado.

ESTEVÃO: Apresenta os elementos ligados ao pensamento evangélico, falando a respeito dos processos obsessivos nos tempos bíblicos; e, em seguida, da Era Cristã em diante; culminando com o pensamento de Allan Kardec e a necessidade de atualização da metodologia e do conhecimento sobre o assunto. Ressalta a importância dos médiuns colocarem-se à disposição, para uma abordagem mais ampla e detalhadas, no tocante ao "Reino das Sombras".

Vale ressaltar, no entanto, a necessidade de um médium encarnado, nessa excursão; para doação de certa quantidade de ectoplasma. É preciso buscar um médium experiente, não apenas pela maior facilidade em doar esse tipo de fluido tão necessário; mas muito mais pela qualidade deste mesmo fluído. Além disso, a presença de um médium com clarividência extrafísica contribuirá, sobremaneira, na tarefa proposta.

QUESTÕES RELACIONADAS À MEDIUNIDADE:

Ângelo Inácio: Todos os médiuns gozam de vidência desenvolvida, quando desdobrados no Plano Espiritual ?

Pai João de Aruanda: Não. A grande maioria ainda transita entre as expressões da matéria e as impressões que guardam da Vida Espiritual; sem a necessária lucidez, quando atuam fora do Corpo. Tudo é questão de exercício, trabalo e dedicação. (...) Alguns dos médiuns, atualmente encarnados na Crosta, vem de um passado do qual receberam iniciação espiritual, em antigos templos e no seio de povos que já não existem com a glória de outrora. Com experiências na Atlântida, Egito, ou junto a outros povos da Antiguidade; diversos sacerdotes do passado permanecem aperfeiçoando-se ou resgatando a paz de Consciência, em meio às lides espíritas. Muitos são médiuns que, atualmente, lidam com as questões do Psiquismo; orientados por Espíritos que os dirigem no nosso Plano. O conhecimento adormecido nos encaninhos da Memória Espiritual, desperta ou emerge das profundezas do Campo Mental; na hora necessária para a utilização adequada.

Ângelo Inácio: Todos os médiuns são iniciados de outras épocas?

Pai João de Aruanda: Não. A grande maioria são Espíritos endividados, que aproveitam a sagrada oportunidade da Mediunidade, para resgatarem seu passado, em nome do bem; enquanto aprendem a lidar com as manifestações do Psiquismo.  Aqueles que foram iniciados, no passado, cujo conhecimento e experiências estão arquivados na Memória Espiritual, são reconhecidos pelo trabalho no Bem. Infelizmente, nem todos permanecem fiéis ao mandato espiritual ou ao compromisso assumido, antes de reencarnar. Com isso retardam o progresso espiritual e comprometem a incumbência que receberam;adiando projetos traçados do lado de cá da vida, por elevados Amigos do Mundo Maior. 

Ângelo Inácio: É possível afirmar que no mandato mediúnico existem dois tipos de tarefas e tarefeiro: os que já experimentaram a vivência mediúnica no passado; e os que estão tendo pela primeira vez?

Pai João de Aruanda: "Muitos são os chamados; poucos os escolhidos."

Nota-se duas categorias de pessoas que colaboraram com o trabalho do Mestre:

DISCÍPULOS: Chamados a servir como aprendizes da Escola Espiritual que Cristo coordenou. A essa classe numerosa, eram dados ensinamentos espirituais compatíveis com sua experiência e capacidade de entendimento.

APOSTOLADO: Conferido a poucos. Aqueles que dele usufruíram, foram eleitos pelo Mestre, devido a seu curricullum espiritual; que registrava uma ficha de serviços mais intensa e absoluta.
Diz o Evangelho: "Muitos discípulos, poucos apóstolos". A estes eram conferidos ensinamentos mais detalhados; que exploravam tudo aquilo que, aos outros, era transmitido apenas por parábolas.

Em contrapartida, exigia-se dos APÓSTOLOS, atitudes mais condizentes com a importância da tarefa confiada.

TRANSPORTANDO PARA O CAMPO MEDIÚNICO:

Muitos recebem o chamado da MEDIUNIDADE , como DISCÍPULOS DO MESTRE; porém, como médiuns, não dão respostas em sua vida e atitudes, com a intensidade que o SERVIÇO  APOSTOLAR exige. Continuam, portanto, como MEROS DISCÍPULOS.

Há, no entanto, aqueles poucos que traduzem sua tarefa em obras de verdadeiro heroísmo espiritual; deixando suas marcas por onde passam.É inegável que estes médiuns receberam outorga divina e já trazem, de seu passado, larga experiência no trato com questões espírituais; o que lhes impõe certo ritmo ou conduta. Constroem sua obra espiritual e, à medida que avançam, vão arrebanhando outros discípulos do Mestre; que caminham, tendo nestes servidores, uma espécie de referência ou modelo para seu roteiro de vida, em busca da Espiritualidade.

MÉDIUM: Apóstolo moderno; onde muitos são os chamados, mas muito poucos são os escolhidos para um tarefa específica.

COMENTÁRIOS:

No campo mediúnico, a questão DISCÍPULO e APÓSTOLO é um ótimo tópico de debate. O fato de que muitos são chamados e poucos os escolhidos; pode gerar duas espécies de sentimento que merecem atenção.

ORGULHO: O fato de ser um escolhido não deve ser motivo de orgulho; e sim de preocupação. Preocupação em desempenhar, cada vez mais e melhor, a missão que assumiu. Quem foi escolhido é porue tem o compromisso maior; e a capacidade suficiente para cumpri-lo.

INFERIORIDADE OU FUGA: a famos expressão "isso não é para mim" parece muito mais um instrumento de fuga, diante daquilo que não se quer assumir; do que reconhecimento da própria ignorância. Ninguém é ignorante o tempo todo. Basta interesse em aprender; a capacidade aparece e a evolução acontece. Quem nasceu sabendo que atire a primeira pedra!

Vale, portanto, refletir:

Quem somos nós ? Apóstolos assumidos e responsáveis; ou meros discípulos, assistindo a tudo com a mesma indiferença de antes ? Continuamos "na praça, dando milho aos pombos" enquanto a Humanidade caminha e a vida acontece ?

Partindo do princípio que somos exatamente aquilo que fizemos de nós, é bom lembrar que a condição de DISCÍPULO ou APÓSTOLO depende muito mais da nossa disponibilidade em querer assumir nosso compromisso de transformadores de realidades; do que de meros convites em função de algum mérito nosso.

Há uma sensível diferença entre o papel que nos cabe nessa trajetória; e o papel que queremos assumir! (Talvez fosse mais interessante sumir!) Ambos, tem consequências. Resta saber qual delas nos convém mais.

É preciso acordar para a realidade das coisas do Espírito. É preciso despertar para um compromisso escolhido por nós mesmos, em dado momento de nossa trajetória evolutiva; em uma de nossas muitas passagens pelo mundo de lá.

Já fomos e voltamos muitas vezes; mas aprendemos muito pouco. Continuamos achando que é 
sempre a primeira e a última vez; e boicotamos a nós mesmos; em uma teimosia de muitos séculos.

Dizem que quando o discípulo está pronto, o Mestre sempre aparece. Mas quando o discípulo boicota todas as oportunidades concedidas; e abre mão do compromisso, alegando que "ainda não está na hora"; o Mestre sai correndo em busca de outro! A fila anda, a Humanidade caminha... e o tempo passa! Só o Espírito continua, em sua trajetória de oportunidades; aproveitadas ou não! Tudo isso acontecendo e nós aí na praça dando milho aos pombos. Até quando ? 

"Nunca lhe disse que seria fácil. Disse-lhe, apenas, que compensava." (Everilda Batista)

Elaboração: Kika